Sob O Olhar De Jesus

 (Marcos 12: 38-44)

                Acordamos cedo para ir trabalhar ou estudar. Nos arrumamos correndo e encaramos o trânsito para os nossos afazeres diários. Ficamos horas em frente a um computador ou fazendo o necessário para sermos os melhores possíveis naquilo que fazemos: seja estudar, seja trabalhar. Ao fim do dia chegamos em casa exaustos e para relaxarmos, damos play em um vídeo no youtube de alguém que diz “mantenha-se ativo, mantenha-se fazendo”.

Culturalmente estamos sempre prestando contas a alguém, seja aos nossos professores, seja para nossos patrões, ou até mesmo para os nossos familiares. O que talvez não venhamos percebendo é que quem mais exige de nós somos nós mesmos. Afinal, qual padrão devemos seguir?

Na passagem de Marcos 12: 41-44 lemos a história de uma viúva que pouco tinha. À época, o homem era quase que exclusivamente responsável pela provisão do lar. Uma mulher que tinha o infortúnio de viver mais que seu marido, provavelmente passaria por dificuldades financeiras. Por sua vez, em uma cultura extremamente religiosa, aqueles que ganhavam mais não eram os que mais abençoavam, mas sim aqueles que mais exibiam o quanto podiam dar de oferta para o templo.

Entender essa passagem exige que observemos o contexto, Jesus acaba de comentar sobre as atitudes dos escribas e fariseus que muito se exibem em sua espiritualidade (Mc 12: 38-40). Após isso lemos que Ele observa as ofertas que as pessoas estão dando no templo. Os mais ricos claramente ofereciam muito. Podemos supor, graças a passagem anterior, que os religiosos não tinham pudor em mostrar o quanto podiam colaborar. Entretanto, a viúva somente podia dar duas moedas.

Aos olhos de todos, o que ela fez era muito pouco, porém, aos olhos de Deus ela fez muito. Jesus, como Senhor, sabia que sua oferta, o valor que ela tinha doado, era tudo o que tinha (v. 44), porém os escribas davam o que sobrava. Sob os olhos da maioria, a viúva não tinha realizado uma excelente ação, mas sob os olhos de Cristo, aquela tinha sido a melhor oferta.

Tendemos a traçar nosso parâmetro pelo lugar comum. Em uma cultura regada por fotos em redes sociais tendemos a nos exigir ter a vida que não temos, darmos para Deus o que os outros têm dado. Entretanto Jesus nos pede uma oferta sacrificial, uma contribuição verdadeira que Ele dê valor, pois é sob o olhar dEle que estamos e não sob o olhar do mundo.

Sem. William Cunha de Freitas