Pratos Limpos

João 4.1-15

                Um casal estava com visita em casa para o almoço. A mesa farta de alimento, de uma boa conversa e riso. Após o almoço o marido foi pego de surpresa pela esposa. Ele fora lavar os pratos e ouviu um comentário dela quando estava a caminho da cozinha. Ela dizia para seus visitantes: Ele é um bom marido, pois me ajuda muito!

Lavando os pratos, ele pensava e refletia no que tinha ouvido. Olhando para os pratos ensaboados e, posteriormente, enxaguados; a água fria escorrendo por suas mãos hábeis e pela louça, pensou consigo: Não sou bom porque ajudo; porque minha ajuda é insuficiente. Eu ajudo porque amo! Os pratos estarão sujos novamente após a próxima refeição e precisarão ser lavados de novo… se eu fosse tão bom assim, os pratos nunca mais estariam sujos!

Cansado de uma viagem, Jesus assentara-se junto a uma fonte nas cercanias de Samaria. Uma mulher daquela cidade se aproximou do poço para tirar água e Jesus pediu uma ajuda a ela. Pediu-lhe um pouco d’água (6s). A bondade daquela mulher era regida por alguns critérios. Jesus era judeu e ela samaritana – e os judeus não se davam com os samaritanos; Jesus era homem e ela, mulher – e um homem se dirigir a uma mulher em público não era comum; ainda mais pedindo ajuda (9; 27). Eram padrões frágeis e que não correspondiam a uma forma de amor abnegado.

Jesus, por sua vez, esquecendo-se de si mesmo e de sua sede (conf. Filipenses 2.5-8), ofertou àquela mulher um tipo de água que é capaz de saciar toda e qualquer sede (10). Mas a mulher – como a esposa do marido que a ajudava muito – observava as coisas meramente práticas; tanto que objetou a Jesus dizendo que ele não tinha como tirar a água do poço e que, além disso, era muito fundo (11).

O Mestre, então, faz a afirmação que quem beber da água que Ele lhe der nunca mais terá sede, mas será a própria fonte a jorrar para a vida eterna (14). E, de novo, aquela samaritana olhava para sua sede momentânea. Uma sede que, para ser saciada, dava o trabalho de ir até o poço para tirar água todo dia (15). Ela queria uma ajuda que absolvesse a ela desse trabalho. E, num primeiro momento, a própria essência do Amor-Ajuda estava à sua frente e ela não notara.

Uma ajuda proveniente de um amor que fornece tão somente pratos limpos não é suficiente em si, pois os pratos estarão sujos novamente. O amor de Jesus é diferente. Não é só um amor que ajuda a lavar pratos. A Água Viva nos limpa e nos dessedenta de uma vez por todas. Não há por que voltar à pia ou ao poço.

Pastor Maurício