Vão dizer que o amor está em desuso
Deixado num canto, ou num lugar escuso.
Vão dizer que o amor está sucumbido
Talvez escondido; ou que jamais tenha existido.
Vão dizer que o amor está decadente
Distante de tudo; até mesmo, ausente.
Procure pelo termo e há de se dar razão –
O amor não passa de uma completa ilusão.
Já o sentimento, por certo, ainda é encontrado;
Basta que, para isso, se olhe para o outro lado.
Do lado de dentro é que sempre desponta
Nem tanto em palavras, mas lá ele se encontra.
O termo é abstrato, o sentimento, concreto
E há de ser vivido quer de longe ou perto.
Pois o amor jamais acaba;
Ao contrário, transforma-se em gesto,
Com tamanha força como que um manifesto
Que, sem se preocupar com a história do termo em si, Apenas se alimenta do sentimento e então passa a agir.
Não tendo em conta o desuso, a sucumbência, a decadência
Pois estes termos não são participantes de sua sobrevivência;
Pois o amor jamais acaba.
Pastor Maurício