O Privilégio de Chamar Deus de Pai

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”
 (Jo 1:12,13)

A filiação é um dos grandes privilégios que recebemos de Deus. Poder chamar a Deus de Pai é privilegio daqueles que receberam a Jesus pela fé. Esses foram escolhidos pelo próprio Deus para serem seus filhos.
Em João encontramos o tema do novo nascimento no cap. 3, mas já no primeiro capítulo aprendemos que os filhos de Deus são aqueles que nasceram de Deus, da sua vontade e não da vontade do homem. Não somos nós que decidimos ser filhos, mas Ele nos adotou. A Bíblia ensina que Jesus é o Filho unigênito (Jo 3:18; 1Jo 4:9), mas também aprendemos que por meio dEle somos recebidos como filhos adotivos: “Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4:4,5. Veja também: Rm 8:15; Ef 1:5).
Como consequência de sermos recebidos como filhos, temos direito também à herança: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8:16,17. Veja também:  Gl 3:29; Tt 3:7). Herdamos o céu, a vida eterna, as bênçãos de Deus.
Se antes de sermos acolhidos por Deus, andávamos nas trevas, na desobediência, como inimigos de Deus (Cl 1:21). Agora andamos na luz. Se Deus é luz (1Jo 1:5), nós, como seus filhos, somos agora filhos da luz: “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5:8. Veja também: Jo 12:36; 1Ts 5:5). Evidenciamos nossa filiação através do nosso caráter, das nossas atitudes. Como podemos dizer que somos filhos de Deus se não parecemos com Ele?
O credo apostólico afirma a trindade, iniciando com “Creio em Deus o Pai, todo poderoso, criador dos céus e da terra”.  Ao fazermos a oração que Jesus nos ensinou, declaramos: “Pai nosso”. A própria oração é conhecida por essas palavras iniciais, a oração do “Pai nosso”.
Chamamos a Deus de Pai por termos sido adotados e por termos aceitado pela fé. Somos considerados herdeiros e recebemos as bênçãos da salvação. Nossa filiação com Deus nos aproxima dEle de forma íntima e pessoal. O privilégio não é somente de sermos filhos e herdeiros, mas também de sermos semelhantes, como filhos da luz.
Viva como filho amado, que é guardado por Deus, que recebeu dEle a herança, mas viva também como filho da luz, como filho obediente, que faz a vontade do Pai: “Porque qualquer que fizer a vontade de meu Pai celeste, esse é meu irmão, irmã e mãe” (Mt 12:50).

Rev. Tiago Silveira
Pastor da Igreja Presbiteriana da Ribeira