O beijo da morte ou o beijo da vida?

“Jesus, porém, lhe disse: Judas, com um beijo trais o Filho do Homem?”
Lc. 22:48

A narrativa do versículo em questão nos fala da prisão de Jesus. Era uma quinta-feira, hoje
conhecida como quinta-feira santa pois nela se dá todo o pano de fundo daquilo que seria o
acontecimento mais importante na história de toda a humanidade: a crucificação de Jesus, o
Cristo, para a justiça de Deus e o nosso perdão e resgate. E naquela quinta, temos alguns relatos:
o lava pés, a Ceia do Senhor, a indicação do traidor, o aviso a Pedro, a promessa do Consolador, a
oração sacerdotal de Jesus, o Getsêmani e a prisão de Jesus que o levaria pela madrugada mais
horrorosa de todos os tempos, passando pela via dolorosa até chegar à cruz erguida no Gólgota!
No momento em que Jesus foi preso, vemos Judas chegar com a escolta que o prenderia, e para
identificá-lo entre os discípulos, o traidor lhe dá um beijo. Judas Iscariotes nos faz lembrar as
possibilidades horríveis dentro de cada coração humano. Embora o chamando de “Mestre” (Mt.
26:25,49), não há registro de que Judas o tenha chamado de “Senhor”. O que nos mostra ser
possível alegar uma lealdade a Cristo sem jamais crer nele como Senhor e Salvador. Algumas
pessoas fazem assim, dizem que Jesus foi um bom exemplo a ser seguido, um homem bom, mas
negam que Ele seja o único caminho para o pai (Jo.14:6), e até mesmo outras pessoas dizem
professar o nome de Jesus, mas fazem isso apenas para obter algum benefício, para buscar uma
“bênção”, para ter a consciência tranquila.
Qualquer que tenha sido a razão que levou a Judas a entregar a Jesus com o beijo da morte,
sabemos que foi o pecado que o cegou de tal forma que ele não conseguia enxergar o Caminho, a
Verdade e a Vida. Judas “vendeu” o Mestre entregando-o com um beijo àqueles que conduziriam
o Filho de Deus à cruz. Depois, o remorso lhe é tão profundo, que Judas resolve se entregar para
que dessa vez a morte o beijasse no suicídio, foi e se enforcou, pois nele habitava o desespero
insano de quem se entregou ao pecado e achava não ter outra saída a não ser morrer.
A história da traição a Jesus por Judas continua a ecoar não apenas pelo beijo da ganância do
discípulo no Mestre, mas também porque podemos perceber a maldade da natureza humana! Ai de
nós! Que o Senhor nos livre de darmos esse beijo amargo uns nos outros e no próprio Deus quando
relativizamos o nosso compromisso com Ele.
Que de fato O encontremos em nossos corações, ceiando conosco todos os dias, e que não
sejamos encontrados fora da sua presença “vendendo” o nosso relacionamento com Ele por causa
das moedas do mundo. Que tipo de beijo nós temos ofertado? O beijo da morte ou o beijo da vida?
Uma mulher decidiu pelo beijo da vida, em Lc. 7:45, pois reconheceu o Senhorio de Cristo e
recebeu o perdão e a salvação, assim ela não cessava de beijar os pés do Mestre!
O convite de Paulo ao ósculo santo em Rm. 16:16, mesmo que literalmente não caiba em todos os
momentos ou a todas as pessoas e lugares, o sentido sempre poderá ser traduzido assim:
“Tratem-se sempre com amor!” Esse é o beijo da vida!
Que Deus nos abençoe!
Em Cristo,
Pr. Vinícius Lacerda.