Nas Fornalhas da Vida

“Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará…” (Daniel 3:17)

Aonde os olhos de Nabucodonosor alcançavam, eles podiam ver milhares de pessoas ajoelhadas diante da imagem que o mesmo mandou construir (30m de altura) para a sua própria adoração. Quando a música fosse ouvida, todos deveriam dobrar seus joelhos para adorar o “brilho” deste mundo, sim, uma enorme estátua de ouro. Sim, seus olhos refletiam o “brilho” do seu orgulho: um mar de gente prostrada à idolatria imposta.
Entretanto, o imperador soube que três hebreus recusaram se dobrar: Hananias, Misael e Azarias. Foram estes mesmos? Minha pergunta nos remete ao cap. 1:7; sim, são os mesmos jovens que foram levados cativos do povo de Deus para a Babilônia, e o chefe dos eunucos trocou seus nomes por Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. A troca dos nomes é uma afirmação de domínio e uma afronta aos nomes anteriores. O mundo caído sempre vai querer dizer quem você deve ser, o império das trevas sempre exigirá idolatria. O único que pode dizer quem somos e qual é o nosso nome é o Senhor.
Como todo déspota, Nabucodonosor se irava ao ser contrariado, e no caso da negativa dos jovens, ele ameaçou jogá-los numa fornalha gigante e ultra aquecida. E agora? Fazer como todos faziam e sobreviver? Ou lembrar do primeiro mandamento (Ex.20:3) e fazer a vontade do Senhor enfrentando a morte? Os três escolheram honrar a Deus e os versos 16-18 nos mostram isso.
A escolha certa é sempre obedecer ao Senhor e isso implica saber a sua vontade que nos é revelada na sua Palavra. Eles sabiam que o Senhor deveria ser sempre honrado e não importavam as circunstâncias e o preço a se pagar, aliás, como se daria aquela situação da fornalha, para eles pouco importava, pois obedecer a Deus era o único objetivo. Eles conheciam o Deus a Quem serviam e sabiam tanto do Seu poder para livrá-los como da Sua soberania em deixá-los morrer no fogo. De uma forma ou de outra, eles serviriam a Deus até a morte.
Sabemos também das infinitas misericórdias do Senhor e do Seu amor, e mais, sabemos que a fé honra a Deus e Deus honra a fé. A fé daqueles amigos honrou a Deus diante de todos que esperavam ver uma pirotecnia de horrores, a incineração de três “infiéis” diante de milhares de pessoas. (Continua no verso)

A fé daqueles amigos honrou a Deus diante de todos que esperavam ver uma pirotecnia de horrores, a incineração de três “infiéis” diante de milhares de pessoas. E assim, contra todas as possibilidades aos olhos humanos, onde a morte era certa, e esta foi para os guardas que lançaram os condenados no fogo, Deus os livrou do mal! Para Deus não há impossíveis. Para Deus não há oposição, pois Ele é o dono de tudo e de todos!

Deus está conosco em todos os momentos, na bonança das águas cristalinas, ou nas fornalhas da vida. A presença de Deus nos faz caminhar em segurança, mesmo no meio do fogo e o fogo do inimigo não nos atinge (v.25). Quando andamos com Deus, somos conhecidos por serví-lo (v.26). Com Deus ao nosso lado, o maligno não toca em nenhum fio de cabelo da nossa cabeça (v.27), as únicas coisas que se queimam são as próprias amarras do inimigo (vs.21c/25). Deus tranforma a maldição em bênção, a tristeza em alegria, a condenação em liberdade, a desonra em dupla honra (v.29-30)!

Como o Senhor livrou os seus três servos no passado, Ele pode nos livrar ainda hoje também, independente do fogo que enfrentamos. Devemos confiar Nele, entregar as nossas vidas em suas mãos a cada instante, servir e esperar no seu amor e soberania. Aqueles homens estavam unidos pela mesma fé, e um não abandonou o outro, pelo contrário mutuamente se suportaram. Nas fornalhas da vida, dê valor a quem está ao seu lado, honre e obedeça a Deus e o mais Ele fará!

Que Deus nos abençoe!

Em Cristo,

Pr. Vinícius Lacerda