Distantes, Mas Unidos! Saudosos, Mas Amando Mais!

Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce pela barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor ordena a sua bênção e a vida para sempre.” Salmos 133:1-3 (grifo do autor)

O rio Banias é uma nascente ou fonte, conhecido também como Fânio ou Pânias (de Pan, o deus grego dos pastores e rebanhos). No passado, ali havia uma grande fonte oriunda de uma caverna na pedra calcária, abastecida pelo ribeiro conhecido como Naal Senir. O Rio Jordão se abastece desta fonte e de mais outras duas que nascem nas bases do Monte Hermom.

O salmo 133 em destaque, cita o monte Hermom, o de maior altura de toda a região, localizado a nordeste do mar da Galileia. Obviamente, o mesmo salmo trata no seu contexto geral sobre a união fraternal entre os irmãos. Mas quero destacar tal assunto principal sob a ótica do versículo 3 que trata dos montes e do orvalho.

O índice pluviométrico do rio Jordão depende muito das suas fontes citadas acima, as quais também dependem das geleiras do monte Hermom e da aglutinação de umidade no mesmo. Ou seja, quanto maiores tais fatores, maior o volume do rio, das chuvas, e das consequências por tais condições climáticas em abundância. Desta forma, o nome do rio conta a história topográfica da sua viagem de norte a sul, pois “Jordão” significa aquele que desce, passando pelo mar da Galileia, onde desagua no mar Morto. As suas margens, em especial no trecho que transporta água doce, são muito aproveitadas para agricultura, tanto do lado de Israel como do lado da Jordânia. Ou seja, a vida vem do monte Hermom, alimenta todo o território através do Jordão, e chega à Jerusalém também com suas pesadas orvalhadas sobre os montes de Sião, onde o florescer acontece no país, lugar que dantes, por um período, estava seco.

Mais de 350 Km separam o Hermom da Cidade de Davi, ou seja, estão distantes, mas profundamente conectados! Pois Sião é bem pequena, mas tem um significado muito maior na consciência e no inconsciente coletivo de Israel e do mundo inteiro do que o monte Hermom, entretanto, sem o orvalho do Hermom, não há vida em Sião. De modo que se Sião significa o Hermom, é o Hermom que alimenta Sião! Assim também somos uns aos outros.

Quando o salmo fala da unidade dos irmãos, o autor utiliza uma analogia geográfica, que expressa o convívio entre os diferentes, mas que trocam um relacionamento de amor, carinho, respeito, amizade, ajuda, solidariedade etc.; assim, como a cidade depende do monte e vice-versa, no amor fraternal, as pessoas trazem significado e se alimentam de companheirismo e mutualidade que gera vida. E esta união só é possível porque estamos conectados no rio de Deus que flui do seu trono de amor, e este rio é o próprio Senhor Jesus! Ele é a água da vida que nos une a todos!

No significado existencial do Corpo de Cristo, nós nos completamos por meio da sua vida que se derramou na cruz e desceu à morte por nós, para que, na sua ressureição, tivéssemos vida abundante com ele, pois foi extirpada do nosso meio a sequidão da morte e do pecado. Então, unidos pelo Senhor, nos completamos: existem dons que você tem que eu preciso, e existem dons que eu tenho e que lhe dão significado.

Sabe qual a oportunidade que esta quarentena nos ensina? Estamos distantes, mas podemos ser mais conectados e unidos. Podemos estar com muitas saudades uns dos outros, mas certamente estamos nos valorizando mais, estamos nos amando mais! Aproveite para se abastecer do rio de Deus neste distanciamento, gere vida e mutualidade, para que, no devido momento, quando subirmos ao monte santo de Sião, à Casa de Deus para o adorar, possamos nos abraçar de novo para celebrar o reencontro da nova vida em Cristo!

Que Deus nos abençoe! Sempre em frente, pois o Senhor é conosco.

Em Cristo,

Pastor Vinícius