Ceda Aí Um Pouco D’Água!

O cancioneiro popular já dizia na voz de Gilberto Gil: Traga-me um copo d’água, tenho sede. E essa sede pode me matar. A sede é fruto de um reclamo do organismo; não é bom que o organismo reclame; por isso a recomendação de se tomar bastante água durante a vida. Não uma água com gosto e cheiro e cor conforme nos foi oferecida pela companhia de água e esgoto do Rio de Janeiro nessas últimas semanas. Será que houve confusão? Deram-nos esgoto achando que era água? Enfim…

Verdade seja dita, a água que nos chega às casas não é como aquela que o Senhor Deus criou e que nos mandou que cuidássemos dela (conf. Gênesis 2.10-15). Cuide do Jardim! Temos nossa parcela de culpa, também. Clamamos por uma água de qualidade, mas não fazemos nossa parte de cuidar bem do nosso planeta; notadamente do sistema hídrico (olhemos para o ‘quintal’ de nossa casa: a Baía de Guanabara com suas garças brancas contrastando com as línguas negras do esgoto não tratado).

Da importância da água percebemos como é recheada de histórias que a envolvem. Algumas delas estão na Bíblia. Moisés, tendo conversado com Deus acerca de uma reclamação do povo por água, recebeu do Criador a ordem de fazer brotar água da rocha (conf. Números 20.2-13). E foi suficiente para matar a sede das pessoas e dos animais. Jesus, dialogando com uma mulher samaritana, cansado e sedento, pediu a ela um pouco d’água. Recebeu dela o relato de uma vida que era sedenta da presença de Deus; e a saciou! E num outro momento muito amargo, pregado na Cruz do Calvário, o nosso Senhor Jesus pediu por água (conf. João 19.28). Deram-lhe vinagre! Uma água com gosto, cheiro e cor.

As autoridades que cuidam de nos dar água potável deram a promessa de que em pouco tempo nossos copos teriam água boa. E como é bom ter a sensação de dizer que estamos tomando uma água gostosa – ainda que ela não deva ter gosto. Mas, por fim, ainda que a água nos chegue boa novamente, nas torneiras de nossas casas, se a verdadeira fonte de Água da Vida (conf. Apocalipse 21.6), Cristo Jesus, não tiver lavado nossas bocas, qualquer gosto (ou não-gosto) tornar-se-á amargo em nós.

Pastor Maurício