Amor Devido, Devido Amor

“Não fiquem devendo nada a ninguém, exceto o amor de uns para com os outros. Pois quem ama o próximo cumpre a lei.” Rm. 13:8 (Nova Almeida Atualizada)

 

Nesse texto, Paulo se recusa a colocar o amor e lei em oposição um ao outro. Aquele que obedece é aquele que ama, aquele que ama é aquele que obedece. Se nós queremos amar uns aos outros, então nós vamos seguir os mandamentos do Senhor.

Nós não amamos a sociedade em que vivemos apenas dizendo que temos um compromisso com os padrões de Deus, pelo contrário, nós amamos a nossa cidade e as pessoas nela vivem se de fato obedecemos aos mandamentos do Senhor, por amor a Ele.

O cristão não se isola da sociedade, nem se conforma com ela. Ele mantém a sua perspectiva e seu foco no amor ao qual ele mesmo é devedor eterno, não devedor acusado e acanhado, mas devedor perene, que tem dívida de gratidão, pois sabe que jamais poderia pagar o preço de amor e de sangue que foi pago por ele.

E claro, nessa perspectiva e foco do cristão que deve amor, podemos tomar a luz do vs. 10 que aponta para o amor do qual somos revestidos: “O amor não pratica o mal contra o próximo. Portanto, o cumprimento da lei é o amor. ” Rm. 13:10 (NAA) – grifo do autor. Podemos perceber que o referido versículo começa com a palavra amor e termina com a mesma, ou seja, estamos revestidos de Cristo, usamos as vestes do amor – essa maneira interessante de Paulo iniciar e terminar o versículo nos faz lembrar que do início até a eternidade, todas as coisas permanecem apenas pelo Amor Supremo:

Deus criou o mundo por amor. No Egito, Deus usou José para salvar seus irmãos e a linhagem de seu pai por amor. Deus tirou seu povo do Egito por amor. Deus deu um filho à moabita Rute e ao filho da prostituta da muralha, Boaz, por amor. Este filho, foi Obede, avô de Davi, e este foi tirado dos campos para ser rei, na promessa de que seu reino seria sem fim, por amor.

Mil anos depois, uma jovem e um carpinteiro recebem a missão de serem os pais do filho de Deus, por amor. A criança nasce, cresce, anda como nós, se veste como nós, sente dor, tristeza, frio, fome, compaixão da cidade e do seu povo que anda desgarrado como ovelhas sem pastor, por amor.

A hora é chegada, água para os pés, mesa, pão, vinho, um hino… sobe-se o monte para oração, suor de sangue e mais oração, não negou a missão, por amor.

Traição! Beijo amigo ou beijo da morte? Prisão, murros e cusparadas ele sofreu. Mais traição, por três vezes a negação, espancamento e julgamentos, e do povo que o aclamava dias atrás, com traição os que haviam sido por ele amado, agora escolhem a Barrabás, tudo sofreu, tudo por amor. Mais ferrolhos, chicotes com pontas de aço e ossos que rasgaram suas costas, tudo sofreu, tudo por amor. Desnudo, não totalmente, pois portava um macabro ornamento, a coroa de espinhos. Assim, cruzou a via dolorosa com o símbolo da maldição, que parecia ter 1 tonelada, hoje o símbolo da nossa redenção, tudo sofreu, tudo por amor.

Nela ele foi encravado, sim, na cruz, a sentença de morte aos mais rejeitados, trazia não só a dor lancinante, mas a humilhação e o peso do pecado de toda a humanidade. Sozinho se sentiu, tudo sofreu, tudo por amor.

Na sua morte, os céus foram cerrados em trevas e a terra estremeceu… parecia o fim do amor, mas na verdade aquele era apenas o início… terceiro dia, o anjo anuncia: “o túmulo está vazio, ele ressuscitou e quer vos encontrar! ”, tudo ele venceu, tudo por amor!

E até hoje, ecoa a mensagem do evangelho, pois as portas da graça ainda estão abertas, e ela traz a boa-nova de esperança, desta vez, de que o Cristo ressurreto voltará para nos buscar, tudo para sempre, tudo por amor. Deste amor do início até a eternidade, continuo a ser devedor.

Em Cristo,

Pr. Vinícius Lacerda.